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domingo, 22 de janeiro de 2012

Grupos atuantes de Janduís cobram verba de editais

Publicação: 18 de Janeiro de 2012 às 00:00

Yuno Silva - repórter

O teatro potiguar está cada vez mais pobre, que o digam os 23 grupos contemplados há quase três anos nos editais Lula Medeiros de Teatro de Rua e Chico Vila de Circulação. Pendentes desde 2009, o valor total dos editais não ultrapassa os R$ 220 mil brutos e, apesar do baixo custo do investimento diante dos benefícios, a Fundação José Augusto/Secretaria de Cultura já avisou que não há previsão de pagamento. Nem desses, nem dos outros dois prêmios que estão na mesma situação - quadrinhos (R$ 40 mil) e audiovisual (R$ 80 mil).

DivulgaçãoCompanhia Ciranduís, que promove um dos maiores festivais de teatro de rua do Brasil, aguarda PrêmiosCompanhia Ciranduís, que promove um dos maiores festivais de teatro de rua do Brasil, aguarda Prêmios
Vira e mexe e o assunto volta à tona, dessa vez a reboque da cobrança pública feita por três grupos de Janduís, oeste do RN, durante passagem da secretária Isaura Rosado (FJA/Secult-RN) pelo município no último dia 11, onde foi apresentar o projeto do recém-criado Fundo Estadual de Cultura. "Com esses prêmios (R$ 8 mil para cada grupo) fazemos um movimento maior do que muita gente com R$ 100 mil", garantiu Lindenberg Bezerra, diretor da Fundação Cultural de Janduís e artista do grupo Ciranduís. "Se teve dinheiro pra financiar a turnê de Arthur Moreira Lima pelo RN (em dezembro), que recebeu R$ 300 mil, então o problema não é falta de verba".

Além do Ciranduís, que completa 18 anos de atividades em 2012 e foi selecionado nos dois editais de teatro, os grupos Balai de Arte e Filhos do Sol (ambos contemplados no Lula Medeiros) também aguardam uma definição do Governo do RN. "A secretária nos deu uma resposta muito fria, disse que o Governo está pagando dívida passadas, falou no lançamento de novos editais, e que não há previsão para pagamentos dos pendentes. Os gestores precisam entender que estamos cobrando o Estado, e não esse ou aquele Governo", disse Bezerra. "Aqui no interior é uma dificuldade enorme trabalhar com arte e cultura, não recebemos apoio Federal, e é lamentável como estão tratando esse assunto. É uma questão de política?", questiona.

Vale salientar que Janduís, distante cerca de 290 da capital potiguar, é visto como um pólo nacional de teatro de rua com reconhecimento nacional e internacional. A cidade sedia há duas décadas o Movimento Escambo de Teatro Livre de Rua, que em 2011 reuniu artistas populares do RN, Ceará, Pernambuco, Maranhão, Pará, Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, RS e de Rosário, na Argentina.

Para não desaparecer, informou Lindenberg, os grupos que atuam em Janduís se uniram para planejar 2012 de forma conjunta. "Estamos nos juntando, assim ficamos mais fortes", aposta. Detalhe: nenhum dos artistas daquele município vive da própria arte. "É um sonho que estamos batalhando", disse Ana Célia, do grupo Bailai de Arte, que tem 20 anos de teatro.

O ator Rodrigo Bico lembrou que "a FJA chegou a lançar a proposta de se criar, no fim do ano passado, um edital para montagem de Autos e que os grupos que ganharam os prêmios em 2009 iriam ser incorporados. Os grupos não aceitaram e o edital não foi lançado".

Fonte: http://tribunadonorte.com.br/noticia/grupos-atuantes-de-janduis-cobram-verba-de-editais/209315