“As pessoas têm medo das mudanças. Eu tenho medo que as coisas
nunca mudem”. (Chico Buarque)
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Casa de Cultura Popular Vapor das Artes em Janduís |
Inspirado nas palavras do compositor Chico Buarque de Holanda,
ponho-me a escrever sobre a tal situação da Casa de Cultura Popular Vapor Artes
em Janduís. Prédio público do Estado que sofre com as remotas passagens do tempo.
A Casa de Cultura, é o antigo prédio Vaporzão onde a maioria dos
artistas de Janduís passou um bom tempo em sua companhia. Primeiro como a
Creche Tia Alice, quando deixou de ser saboaria e depois como prédio cedido
pras atividades de grupos.
A partir de 2005, passou a ser a Casa de Cultura, após uma grande
reivindicação dos artistas locais e regionais. Com isso, o Governo do Estado
atendei ao nosso pedido e a família Gurgel doou o bem de propriedade coletiva.
Mesmo sem ser inaugurada, a Casa de Cultura funcionou com pessoas
sempre ligadas a arte e com sensibilidade humana. Em 2010, ficou sob reparos do
Ponto Em Cena Ação e nos últimos meses da Prefeitura de Janduís.
Eis que em 2012, a Casa recebeu novos Agentes culturais, fato muito
natural com as mudanças de governo. E aí foi onde a coisa começou a desandar.
Já basta as paredes rachadas, portas empenadas, instalações ruins e piso impróprios.
Bem antes, a Fundação Cultural Mestre Dadá se instalou na Casa, com
o objetivo de dinamizar as ações culturais dos dois órgãos: Um apenas com o
prédio e móveis e outro com funcionários da área e estrutura para todos.
É aí onde está o entrave. Os novos Agentes Culturais, que parecem
ser orientados a travarem o processo, buscam a todo tempo desestabilizar todo
processo construído ao longo desse tempo da Casa de Cultura.
Foi solicitada a retirada da Banda de Música, computadores do
Semearte, proibição dos ensaios de música, oficinas e a recuada do Ponto de
Cultura Em Cena Ação e FUNCULT pra apenas uma sala e ficar sobre orientações de
duas pessoas de outras áreas. É lamentável e perdoável.
Enquanto presidente da FUNCULT, lamento o fato estar ocorrendo, por
não haver se quer, qualquer problemas pessoais entre as partes. Há uma falta de
entendimento sobre a nossa presença num espaço construído pelos artistas.
Quem ocupa cargo deve entender que isso é passageiro e são pessoas
que nos procuram em busca de soluções. As portas precisam estar sempre abertas
pro diálogo e pras novas possibilidades. As pessoas com mentalidades arcaicas
precisam se adaptar ao novo.
Quem produz cultura neste município sabe a importância de se ter
cada vez mais pessoas comprometidas com a causa em tais órgão públicos. Não se
trata de um mero preenchimento de vagas pra suprir necessidades ou interesses
pessoais.
O fato está sob conhecimento da Secretária Extraordinária de
Cultura do Rio Grande do Norte, Isaura Rosado, a qual esperamos tomar medidas urgentes,
pela relação que construímos enquanto pessoa e conquistas culturais.