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Francisco do PT
O
Brasil se aproxima de 300.000 mortes por covid-19. A quantidade de mortes em 24 h superou 3.000
vítimas. O país virou o epicentro da pandemia mundial. O luto chegou em nossas
ruas ao atingir nossos amigos e familiares. O total de cadáveres é maior do que
na explosão da bomba atômica de Hiroshima e Nagasaki durante a II Guerra
Mundial.
Entretanto,
a desgraça em curso não foi suficiente para o arrefecimento do negacionismo.
Existe gente contrária à vacinação, ao uso de máscara e ao distanciamento
social. Tem quem defenda a tese de que as medidas indicadas pelos cientistas
são de viés político e que a pandemia é uma invenção da esquerda. E o pior: o
presidente do país estimula este tipo de ignorância.
Bolsonaro,
na condição de presidente da nação, vem prestando um desserviço com atos e
palavras. Sem base científica subestimou a pandemia, duvidou das vacinas,
estimulou aglomerações e tem dificultado as medidas de proteção social da
população desempregada. Bolsonaro liderou o negacionismo nacional e se tornou
corresponsável por um movimento que insiste em polarizar contra as
recomendações dos especialistas e da OMS crentes que são medidas comunistas.
A
inconveniência destas posturas tem feito a sociedade brasileira acordar para a
necessidade do conhecimento científico no combate à pandemia do coronavirus. As
recentes pesquisas de opinião indicam que as pessoas majoritariamente concordam
que as medidas protetivas e as vacinas são imunizantes necessários que protegem
da morte e da estupidez patrocinada por ideologias fundamentalistas e sem
nenhuma base na ciência médica.
Numa
onda de esperança temos visto a união de esforços da maioria dos governadores e
a governadora, prefeitos e prefeitas, poderes legislativo e judiciário,
comunidade científica, imprensa nacional e demais instituições democráticas
dispostas para defenderem o principal patrimônio do Brasil que é o seu povo. O
pacto pela vida está unindo o país e é o caminho para vencermos a guerra contra
um inimigo invisível, que é o vírus e seus aliados que o protegem no manto do
negacionismo.
O
povo potiguar e o povo brasileiro como um todo "é, antes de tudo, um
forte". Haveremos de vencer esta que não é a primeira crise sanitária. E
ao fazer isso, sob a tristeza de enterrar tantos mortos, teremos encerrado
também um momento da nossa história que se tornou pior porque foi tratado com
descaso e transformado numa defesa de suposições aquilo que, desde o início,
deveria ter sido tratado com a ciência oriunda da inteligência humana.
A
ciência salva. A ciência é o lockdown do negacionismo.
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Francisco do PT é professor e deputado estadual pelo RN